sábado, 11 de dezembro de 2010
chegaste quando o fim sangrava dos meus braços
chegaste donde o medo tecia os meus cabelos
donde os pássaros ardiam a voz
donde só o silêncio se desconhecia
era tão larga a morte
que não se podia ver dos meus olhos
chegaste quando o fim sangrava dos meus braços
a casa soterrou-me dos teus passos
terra de mim todo
chegaste pelo coração de água da noite
quando o mistério escorre em grito pelos telhados
e Deus se desabita
chegaste tão de dentro de mim mesmo
que agora que a morte me nasce na garganta
a noite e o meu rosto são alguém
que eu próprio desconheço
Pedro Sena-Lino
Publicada por
coisas que me (en)cantam
à(s)
18:23
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Etiquetas:
Ivan Lins,
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