sábado, 18 de setembro de 2010
Deixa-me amar-te em tuas demoras, longas horas, em que meu corpo se veste de céu a tua espera
Deixa-me amar-te em meus silêncios
Na calmaria do teu coração que me acolhe
E de onde se desprendem meus sonhos
Em voos etéreos de plena liberdade
Deixa-me amar-te em minha solidão
Ainda que meus labirintos te confundam
E que teus fios generosos de compreensão
Emaranhem-se no tapete dos meus enigmas
Deixa-me amar-te sem qualquer explicação
Na ternura das tuas mãos que me sorriem
Escrevendo desejos em versos despidos
Na minha alva tez que te cobre e descobre
Deixa-me amar-te em meus segredos
Para que desvendes o que também desconheço
A alma dos meus abismos, onde anoiteço
E meus olhos adormecem embalados pelo mistério
Deixa-me amar-te em tuas demoras, longas horas
Em que meu corpo se veste de céu a tua espera
E minhas mãos em frenesi acendem estrelas
Para alumiar-te, ainda que ausente
Fernanda Guimarães
Publicada por
coisas que me (en)cantam
à(s)
18:00
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