quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
o amor é uma noite a que se chega só
A noite abre meus olhos
Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado
Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes
A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta
o amor é uma noite a que se chega só.
José Tolentino Mendonça
Publicada por
coisas que me (en)cantam
à(s)
16:42
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